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Recomendações aos Médicos

POSICIONAMENTO SBOC AO ONCOLOGISTA

Com o avanço da epidemia de COVID-19 pelo Brasil, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica(SBOC) reuniu, entre seus especialistas e fontes oficiais, uma série de orientações voltadas ao oncologista clínico e as apresenta a seguir em dez ações práticas. Tais medidas visam evitara propagação do coronavírus em consultórios, clínicas, hospitais e outros ambientes de saúde.

1. Lembre-se que o recepcionista deve ser o primeiro profissional da rede de cuidado, questionando se o paciente ou seu acompanhante apresentou algum sintoma da doença (dores no corpo, coriza, congestão nasal, dor de garganta, diarreia, dificuldade para respirar) ou se teve contato com alguém infectado.

2. Caso haja suspeita de infecção, a consulta deve ser priorizada e o paciente, enquanto aguarda, deve usar máscara cirúrgica e ficar em ambiente arejado. Atenção: todo o cuidado já dedicado ao seu paciente deve ser estendido àqueles com suspeita de estarem infectados, com atenção especial aos mais vulneráveis à COVID-19. Colabore para que o paciente não se sinta discriminado ao longo do atendimento.

3. Dentro do possível, mantenha a distância mínima de 1metro entre os pacientes e demais pessoas presentes no seu ambiente de trabalho.

4. Seu consultório deve estar preparado para garantir a segurança dos profissionais que lá atuam, com fluxo de ar e objetos, superfícies e corrimãos regularmente desinfetados com álcool 70% ou hipoclorito 1%.

5. Os mesmos cuidados assépticos devem ser tomado sem outros ambientes: evitar cumprimento de mãos e, ao tossir ou espirrar, cobrir nariz e boca com o cotovelo flexionado.

6. Assim como o ambiente, você, sua equipe e demais colaboradores devem se proteger adequadamente com avental, luvas, óculos e máscaras cirúrgicas em todas as situações de risco de infecção.

7. Atenção para o uso racional de equipamentos e insumos de proteção pessoal. Com a forte comoção causada pela pandemia, muitos deles estão com seus estoques comprometidos e custos elevados. Dessa forma:

A triagem dos pacientes pode ocorrer em ambientes com barreiras físicas que permitam o contato visual ao mesmo tempo em que protegem as pessoas da infecção, como janelas de vidro ou acrílico;
Reduza a quantidade de gente circulando pelo ambiente, limitando o uso dos equipamentos apenas àquelas cujo contato com o público é inevitável;
Restrinja o número de visitas a pacientes com suspeita de COVID-19;
E lembre-se: para indivíduos assintomáticos, o uso de máscara não é recomendado. Quando não indicado, o uso de máscaras médicas pode causar custos desnecessários e ainda criar uma falsa sensação de segurança que pode levar à negligência de outras medidas preventivas essenciais.

8. Fique atento para reconhecer um caso suspeito e fazer os encaminhamentos adequados – e apenas quando necessários.

O PCR em tempo real para o coronavírus só é indicado para pacientes sintomáticos. Dessa forma, não é recomendado colher PCR COVID-19 de pacientes assintomáticos ou com sintomas leves.
As notificações devem ser feitas apenas em caso de internação.

9. Algumas comorbidades e condições específicas merecem atenção especial no encaminhamento, tais como:

Idade superior a 65anos;
Doença pulmonar obstrutiva crônica(DPOC), asma, pneumopatia estrutural;
Doença cerebrovascular;
Cardiopatias, incluindo hipertensão arterial severa;
Diabete insulinodependente;
Insuficiência renal;
Pacientes imunossuprimidos;
Gestante

Pacientes nessas condições, caso recebam alta, devem ser monitorados pelo médico titular ou equipe de retaguarda frequentemente quanto ao desenvolvimento de síndrome respiratória aguda ou deterioração clínica.

10. Dedique atenção especial aos fatores para imunossupressão:

Neutropenia;
Neoplasias hematológicas com ou sem quimioterapia;
HIV positivo com CD4 ‹ 350;
Asplenia funcional ou anatômica;
Transplantes;
Quimioterapia nos últimos 30dias;
Uso de corticosteroides por mais de 15 dias(prednisona ›40mg/dia, hidrocortisona ›160mg/dia, metilprednisolona ›32mg/dia ou dexametasona ›6mg/dia);
Outros imunossupressores;
Doenças autoimunes;
Imunodeficiência congênita.