4 passos certeiros para evitar glosas médicas e hospitalares

Um dos principais problemas que os estabelecimentos de saúde podem enfrentar são as glosas. Elas são uma ameaça à estabilidade financeira do hospital e clínica, podendo comprometer seriamente a operação e a qualidade no atendimento aos pacientes.

E pensando em ajudar a evitar esse problema, tirar as dúvidas sobre o assunto e ainda te dar passos infalíveis para eliminar as glosas, é só ler o artigo até o fim.

Glosas: o grande problema na administração em saúde

Aquela enorme dor de cabeça na hora de receber o recurso das operadoras tem um nome curto: glosas

As inconsistências nos dados de atendimento, informados para os planos de saúde, causam um impacto negativo nas operações do seu hospital ou clínica, levando à redução na receita e desestabilizando o fluxo de caixa.

Quando as informações não conferem, não há o repasse de pagamento. Simples assim. As glosas são geradas quando as informações de um determinado atendimento não estão de acordo com o registro de dados do plano de saúde. 

E o caminho para evitar as glosas médicas está na atenção aos detalhes e na padronização dos processos internos. Saiba mais sobre as glosas no tópico a seguir.

Quais os tipos de glosas?

Dependendo do erro – erros administrativos, dados desatualizados ou falhas em procedimentos – as glosas podem ser classificadas em três tipos.   

1. Administrativa

É a mais comum. A glosa administrativa ocorre quando os valores e as quantidades faturadas não estão de acordo com o estabelecido em contrato, seja por algum erro no preenchimento dos dados da carteirinha, na guia de autorização ou mesmo por erros de digitação.

2. Técnica

A glosa técnica é que passa pela auditoria de contas de um profissional de enfermagem, com a checagem dos procedimentos executados, anotações e prescrições contidas no prontuário do paciente.

3. Linear

É o tipo de glosa não justificada pela operadora de saúde, devido a alguma particularidade interna e que não é informada de imediato ao hospital ou clínica. A glosa linear pode ser conceituada como 

  • cancelamento;
  • recusa total ou parcial de um orçamento;
  • conta ou verba por motivos ilegais ou indevidos.

4 passos certeiros para evitar as as glosas

Como evitar as glosas do hospital

Ainda que o estabelecimento de saúde trate urgências e emergências como parte da rotina de atendimentos, existem boas práticas que podem nortear a realização destes procedimentos de forma organizada. Assim, não há comprometimento da condição do paciente com a demora na burocracia e nem da receita do hospital, deixando de registar dados importantes, gerando glosas.

Veja como fazer isso em 4 passos: 

1. Padronizar os processos 

Cada operadora tem seu próprio mecanismo nos contratos coletivos ou individuais e eles devem servir como base para a implantação de um sistema. 

Com essa padronização, as inconformidades têm menos chance de ocorrerem e os critérios de controle ficam mais fáceis de serem seguidos porque há uma conferência eletrônica e isso reduz as glosas hospitalares.

2. Usar um sistema de prontuário eletrônico

É uma medida muito importante para a diminuição de glosas. Isso porque os erros no preenchimento manual dos prontuários – com as anotações ilegíveis ou incorretas – na prescrição de medicamentos são, comprovadamente, os maiores responsáveis pelas glosas.

3. Implementar um sistema de gestão hospitalar integrado

Com ele, é possível promover melhorias em todo o fluxo de comunicação entre as áreas do hospital ou clínica, além de impedir erros da conclusão de um cadastro, como:

  • informações incompletas;
  • número da carteirinha inválido;
  • quantidade de medicamentos descritos no sistema incompatível com o procedimento realizado.

Quando um sistema integrado está em pleno funcionamento, ele gera automaticamente o valor dos procedimentos e medicamentos, gerando relatórios mais precisos e evitando as glosas técnicas. E mais: as glosas lineares ficam mais fáceis de contestar e de solicitar reembolso.

4. Controle de qualidade nos laudos

Mais eficiência e qualidade na rotina dos profissionais de saúde. Com esse controle, as falhas operacionais que travam os pagamentos por parte do convênio são reduzidas – e podem até ser eliminadas.

Portanto, já ficou claro que investir em tecnologia é essencial para melhorar a troca de informações entre o estabelecimento de saúde e as operadoras, cuidando de cada etapa do processo. 

Não esqueça que treinar a equipe e fazer auditorias periódicas são igualmente importantes para a eficácia do sistema.

O que você achou deste conteúdo? Nele, você conseguiu entender que as glosas são um problema para a saúde financeira de um hospital ou clínica e conheceu erros comuns para evitar no dia a dia.

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conheça o protocolo spikes e como ele ajuda a relação entre médico e paciente

Protocolo SPIKES: conheça estratégias necessárias para comunicar más notícias

Comunicar más notícias é um desafio para quem trabalha na área da saúde. É o tipo de informação que não pode ser dada de qualquer jeito ou friamente, ainda que esse tipo de situação seja corriqueira. Para evitar que isso aconteça, existe o protocolo SPIKES.

Entenda porque ele existe, como é feito e a importância de ser aplicado com pacientes em quadro grave, sobretudo na oncologia. Confira no artigo! 

O que é o protocolo SPIKES?

O protocolo SPIKES é uma metodologia que reúne seis boas práticas na hora de comunicar más notícias ao paciente. Ele foi criado para deixar a comunicação entre profissionais e pacientes mais simples, clara e humanizada, por se tratarem de casos graves e/ou terminais.

Todas as áreas da prática médica podem se beneficiar do protocolo, mas é na oncologia onde ele fica mais evidente. Isso porque há a necessidade de uma abordagem mais delicada quando o assunto é diagnóstico, recidiva da doença ou início de tratamento paliativo.

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Como aplicar a metodologia?

entenda co o funciona a metodologia de comunicar mpas notícias

O protocolo SPIKES é dividido em seis etapas, cada uma delas tem a sua importância e não é recomendado pular qualquer uma delas ou mesmo reorganizar a ordem de realização. Veja abaixo o que significa cada letra da sigla e aprenda como aplicar:

  1. Planejando a entrevista (S – setting up the interview)

Todos os detalhes precisam ser planejados. Como contar a notícia, como responder, onde será realizada a entrevista e uma estimativa para a duração do momento. É essencial que não haja interrupções externas e que a conversa seja realizada com o máximo de privacidade.

  1. Avaliando a percepção do paciente (P – perception)

Uma vez a informação dada, é hora de perceber as reações do paciente – pelo menos neste momento. As reações são as mais variadas possíveis. Há quem fique isolado em silêncio, expressando raiva ou tristeza ou mesmo um misto de tudo isso. 

A partir da observação e do feedback do paciente, molde e corrija a informação para o pleno entendimento do quadro e alinhe todas as expectativas para a realidade do paciente.

  1. Obtendo o convite do paciente (I – invitation)

Pode ser que haja uma reação de negação da doença. É preciso ir compartilhando informação sobre as alternativas disponíveis de pouco em pouco até que se obtenha uma espécie de convite do paciente para saber mais.

Mesmo que isso não aconteça, coloque-se à disposição para esclarecer dúvidas no futuro ou quando for mais conveniente. O mesmo se aplica ao familiar que, porventura, esteja acompanhando o paciente.

  1. Dando conhecimento e informação ao paciente (K – knowledge)

A linguagem precisa ser o mais simples possível para que o entendimento seja pleno e que o paciente consiga absorver facilmente – apesar do conflito interno de emoções. 

Esse cuidado precisa ser redobrado quando estão em cena os pacientes candidatos a cuidados paliativos. A desesperança de sobrevida precisa ser aliviada ao máximo possível, focando na qualidade de vida com o tempo que se tem, no que diz respeito ao controle da dor e dos sintomas da doença.

Expressões técnicas demais, frias e duras não contribuem para o sucesso do protocolo SPIKES e, de tempos em tempos, é preciso se certificar que o paciente está entendendo os procedimentos..    

  1. Abordar as emoções dos pacientes com respostas afetivas (E – emotions):

Todas as emoções demonstradas pelo paciente precisam ser acolhidas pelo médico, afinal a má notícia é um divisor de água na vida da pessoa acometida pela doença.

Gestos e/ou frases de solidariedade são fundamentais para o entendimento sobre o caso e ainda minimizam o isolamento por parte do paciente. Cada um leva um tempo diferente para processar as informações, portanto qualquer reação por parte dele, nesse momento, deve ser encarada com normalidade.

  1. Estratégia e resumo (S – strategy and summary):

Independentemente se a via de tratamento é curativa ou paliativa, sempre pergunte se o paciente está pronto para prosseguir com a conversa. Ainda que a segunda via seja motivo de revolta e desespero, foque em explicar a eficácia para uma melhor qualidade de vida que os cuidados vão trazer para o quadro.

Ainda que as informações tenham efeito negativo, dados importantes sobre o quadro não devem ser mantidos em sigilo, exceto se for uma vontade expressa dele. Por outro lado, revelar tudo sem a mínima preocupação com a linguagem e sem oferecer o suporte necessário pode ter consequências tão graves quanto as causadas pela omissão de fatos. 

O que você achou do artigo? Aqui, você viu que o protocolo SPIKES é a metodologia adequada para comunicar más notícias de forma clara, objetiva e, sobretudo, mais empática e humanizada. Você viu no que consiste a prática e como aplicar.