Um movimento que tem feito parte da área há bastante tempo é a verticalização da saúde. Mesmo que os planos de saúde mantenham reunidos em uma mesma organização clínicas, hospitais, laboratórios, dentre outros serviços, há impactos que precisam e devem ser considerados quando o assunto é a jornada de trabalho da equipe médica e os pacientes.
Continue a leitura do nosso artigo para entender os riscos e desvantagens com a verticalização da saúde e as dificuldades que isso traz para a gestão.
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Os planos de saúde e a verticalização
O fenômeno de tomar conta dos próprios serviços, a chamada verticalização da saúde, está em crescimento acelerado. Os planos de saúde do país têm encontrado vantagens em fazer disso uma prática comum e têm investido recursos para tornar isso uma realidade.
No entanto, algumas questões se sobressaem com essas medidas. Como fica a qualidade da assistência ao paciente e quais resultados econômicos são alcançados? São questões que devem, acima de tudo, ser respondidas com base na realidade de cada estabelecimento de saúde.
Para entender melhor, vamos fixar que a verticalização na saúde costuma ocorrer em dois cenários:
1) Quando os hospitais criam seus próprios planos de saúde para atender às próprias demandas;
2) Quando as operadoras de saúde investem na construção ou na aquisição de hospitais, laboratórios e afins para criar sua própria rede e assim prestar serviços aos seus usuários.
Independentemente do cenário, o fato é que apesar de ter vantagens nesse tipo de prática, a verticalização da saúde precariza a relação entre prestador de serviço e cliente. Qualquer decisão nessa área precisa de uma estratégia eficiente e responsável para evitar o colapso.
Desvantagens da verticalização e os planos de saúde
Importante frisar que nesse modelo de negócio existe uma rede própria para todos os serviços de atendimento ao paciente. As consultas, exames, urgência, emergência, internação, cirurgia e outros procedimentos médicos podem ser oferecidos aos beneficiários sem que isso tenha custo maior para o público que paga e mais controle sobre os procedimentos na gestão.
Mesmo que soe vantajoso, confira os riscos.
Queda no preço de mercado
Sim, os valores caem bastante quando isso acontece. Ainda que seja atrativo para o público, sob a ótica da gestão hospitalar um preço pouco competitivo é perigoso. Por haver mais controle sobre as despesas e sobre o índice de sinistralidade, é possível oferecer valores mais baixos para o consumidor final. Então o reajuste periódico de mensalidades é afetado diretamente.
Por isso é preciso que haja um estudo fundamentado para que a gestão financeira não seja impactada negativamente. Além disso, deve ter uma estratégia focada para o aumento de venda de planos de saúde e na tabela de valores mais vantajosa para o público, levando em consideração os fatores já conhecidos pelo mercado como faixa etária, tipo de contrato e de cobertura, abrangência e acomodação. Nem sempre é possível montar uma tabela com um leque de possibilidades que atenda às necessidades do beneficiário.
Perda de flexibilidade
Flexibilidade econômica e produtiva ficam comprometidas com a verticalização. A partir do momento que ser sustentável é uma ótima saída para concentrar os recursos em sua própria organização, se houver mudanças ou crises na área da saúde, suas estratégias de reação podem ser prejudicadas por estarem atreladas a uma só área.
Aumento de custos
Quando ocorre a verticalização dos serviços das operadoras é muito comum que a aquisição de insumos por fornecedores externos seja deixada de lado.
No momento de queda no mercado, quando a matéria-prima cai de preço em relação aos produtos finais. No caso dos estabelecimentos que são integrados ou verticalizados fica mais difícil conseguir vantagens na compra de insumos direto dos produtores – que têm preços mais baixos que o valor de produção.
Jornada de trabalho da equipe médica
Quando as operadoras passam a ter controle sobre a jornada de trabalho da equipe médica, isso representa uma ameaça para o mercado de trabalho, pois as relações se tornam mais difíceis, uma vez que ainda não há padrões estabelecidos entre prestador de serviço e operadoras.
Isso porque a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, entidade que regula os planos de saúde no país, e profissionais da saúde ainda precisam encontrar uma forma em comum de oferecer um atendimento de qualidade com foco na saúde do paciente atrelado à lucratividade e crescimento que o setor precisa.
Poder de escolha dos pacientes
A liberdade de escolha por parte dos pacientes é outra vertente a ser afetada com a verticalização. Isso o impede totalmente de optar pelo profissional que vai cuidar da sua saúde, pois ele fica dependente daquela rede credenciada.
O cliente que contrata uma rede de grande abrangência não pode ter sua rede encolhida sem justificativa, e isso é um direito garantido por lei. Qualquer verticalização deve ter como princípio uma qualidade excepcional de serviços próprios para compensar.
Gostou do nosso conteúdo? Com o artigo você pode entender melhor como os planos de saúde atuam na verticalização dos serviços e o que isso acarreta para os médicos e pacientes. E isso influencia diretamente na gestão do estabelecimento de saúde. Por falar nisso, sugerimos a leitura do nosso material sobre Gestão financeira de clínicas médicas.