a instabilidade emocional de um paciente com câncer pode afetar o tratamento?

Instabilidade emocional: o que o paciente oncológico enfrenta

A partir do diagnóstico e durante o tratamento oncológico é comum que o paciente enfrente episódios de instabilidade emocional. E é importantíssimo para a evolução do quadro de saúde que o lado emocional esteja sob controle. Mas como fazer isso? 

Confira o artigo para saber os impactos das angústias na condição de saúde e como contornar a instabilidade emocional.

A instabilidade emocional nos pacientes oncológicos

O processo de enfrentamento do câncer, desde o momento do diagnóstico e durante todo o tratamento, afeta seriamente o psicológico dos pacientes e da família. 

Episódios de angústia, tristeza e raiva são comuns até esperados. Uma pessoa com câncer vai, naturalmente, passar por períodos de instabilidade emocional. E contar com uma rede de apoio sólida, presente e capacitada pode fazer total diferença, inclusive na adesão ao tratamento.

Experimentar sentimentos negativos e conflitantes é absolutamente normal, porém é importante ficar atento se ocorrerem as seguintes situações por pelo menos duas semanas consecutivas: 

  • Sentir-se triste ou deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;
  • Falta de interesse e prazer nas atividades diárias;
  • Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida (com ou sem plano) ou tentativa de suicídio;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva/inadequada.

Sem acompanhamento psicológico, é altamente possível que os quadros evoluam e esses distúrbios psicológicos se instalem. Por isso, o ideal é conversar com um profissional, de preferência de psico-oncologia, para saber navegar da melhor forma pelos diversos sentimentos e emoções que a doença causa. Tem um tópico sobre isso mais à frente.

A instabilidade emocional afeta o tratamento?

A saúde mental é tão importante quanto a física, uma influencia a outra em muitas situações, coisa que provavelmente você já sabe. Então, pode-se dizer que a instabilidade emocional tem o poder de interferir no tratamento oncológico, sim.

O momento do diagnóstico é visto, muitas vezes, como uma sentença de morte. Toda a carga de estresse desse momento vai afetar até o mais forte dos sistemas imunológicos, não existe dissociação. E o que segue em diante, para absorver a notícia e começar a agir, também entra na conta. Mais uma vez: é natural e esperado que isso aconteça.

Estados de ansiedade e de depressão – devido ao período de difícil combate ao câncer – podem fragilizar ainda mais os pacientes em tratamentos agressivos. Estes estados podem:

  • causar resistência ao enfrentamento da doença, como dificuldade na adesão ao tratamento e desacreditação em benefícios a longo prazo;
  • diminuir a eficácia dos medicamentos utilizados nas terapias

Uma mente focada e alinhada com a cura tem mais chances no combate ao câncer. E aqui é válido o componente fé, independentemente do tipo de espiritualidade seguida.

Como contornar a situação?

uma equipe multidisciplinar deve contar com psicólogos e assistentes sociais para entender melhor os problemas pelos quais o paciente tem passado

O primeiro passo é se certificar que na Equipe Multidisciplinar, que vai acompanhar o tratamento oncológico, esteja incluído um profissional de psico-oncologia. É esta a área responsável pelo bem-estar emocional para uma melhoria da qualidade de vida pós diagnóstico, favorecendo a comunicação entre médico e a adesão ao tratamento contra o câncer.

O acompanhamento vai ser diverso, pois cada caso é único – duas pessoas com o mesmo diagnóstico terão respostas e perspectivas diferentes. Porém a psico-oncologia vai trabalhar com os aspectos psicológicos acerca da doença e como eles se manifestam: medos, emoções, frustrações, crenças e desejos. 

A partir disso, vai atuar de maneira constante para fortalecer a autonomia e a resiliência do paciente para o combate ao câncer.

O que você achou deste artigo? Nele, viu que a instabilidade emocional, ainda que seja um fator comum no após o diagnóstico e no tratamento contra o câncer, tem o poder de interferir na adesão ao tratamento e na própria eficácia dele. Por isso é tão importante fazer o acompanhamento psicológico, previsto pela Equipe de Atendimento Multidisciplinar.

Informar os direitos legais do paciente com câncer é uma função essencial das equipes médicas. Veja a importância deste assunto e como tratá-lo!

Quais são os direitos do paciente com câncer? Saiba como orientar a sua equipe

Saber os direitos do paciente com câncer é fundamental para que uma equipe cumpra com um bom trabalho na vida do mesmo. O câncer está classificado como uma das principais causas de morte no mundo. 

No Brasil, de 2018 para 2019 foram trabalhados mais de 600 mil casos. Diante dessa situação, é fundamental que tanto o paciente quanto a equipe cuidadora saibam que o indivíduo possui direitos garantidos por lei.

Esses direitos precisam ser cumpridos e não violados. Portanto, para que haja uma maior compreensão sobre o assunto, abordaremos sobre ele aqui neste conteúdo.

 

Quais são os direitos do paciente com câncer?

Passar por um câncer é uma batalha árdua e em momentos difíceis é necessário que as pessoas mantenham a calma para que encontrem um melhor caminho. Além do principal problema, que é a saúde, outras coisas entram em questão, como a situação financeira de cada paciente.

Isso porque a doença necessita de cuidados específicos, consultas especializadas, medicamentos caros, entre várias outras coisas. No entanto, a legislação brasileira assegura alguns benefícios para facilitar a vida dessas pessoas e colaborar então com o custo do tratamento.

Abaixo, destacamos alguns desses direitos para que a equipe esteja ciente e informe o paciente sobre aquilo que ele pode recorrer.

1. Auxílio-doença

Os pacientes que desenvolveram câncer possuem direito, assim como qualquer trabalhador segurado pelo INSS, ao auxílio-doença por incapacidade de trabalho.

A única diferença aqui, é que para os pacientes com câncer, não se faz necessário que a carência se cumpra. Sendo assim, se o paciente entrou ontem no INSS e descobriu a doença hoje, ela não precisa desse período.

2. Saque do FGTS e do PIS/Pasep

Existe lei de n° 8.922 de 1994 que faz a autorização da movimentação da conta do trabalhador com câncer ou que tenha um parente com câncer.

Para que se possa ter esse direito, se faz necessário que o paciente apresente um atestado médico, de acordo como deve ser, com carimbo e assinatura médica. O atestado não pode ser superior a 30 dias e nele deve constar o diagnóstico do paciente e o seu estado clínico.

Além disso, o requerente precisa ter uma carteira de trabalho e um cartão cidadão. O pedido deve ser realizado em uma agência da Caixa Econômica Federal.

3. Isenção do imposto de renda

Pessoas com doenças mais graves, como o câncer, que possuem relação ao tempo de aposentadoria, pensão ou reserva podem ficar isentas do Imposto de Renda.

Esse benefício deve ser solicitado junto à fonte pagadora com o laudo médico oficial da mesma. No entanto, ele não cabe em aluguéis de imóveis ou investimentos.

4. Prioridade em processo

O paciente com câncer também pode fazer uma solicitação ao juiz ou a um órgão público a prioridade na tramitação de processos jurídicos ou administrativos.

 5. Acesso ao SUS

Não é novidade, mas os pacientes com câncer podem recorrer ao SUS pois lá é feito o diagnóstico e também toda parte de tratamento do paciente com câncer. Esse é um direito para os pacientes diagnosticados com neoplasias malignas no seu primeiro tratamento no SUS em um prazo de até 60 dias a partir do diagnóstico.

Se este prazo não tiver sido respeitado, a indicação então é solicitar o cumprimento dele por meio de vias administrativas, como a ouvidoria do hospital ou a secretaria estadual de saúde.

6. Reconstrução de mama

Para mulheres que passaram pelo câncer de mama e tiveram que fazer a retirada dos seios, um direito estipulado a elas é poder fazer a reconstrução.

Esse direito pode ser adquirido tanto no SUS como em planos de saúde particulares. Geralmente, nenhum valor acaba sendo cobrado por isso.

7. Compra de veículos

Os pacientes com câncer possuem meios de obter isenções que se referem ao imposto da aquisição de um veículo. Nos casos de pacientes que possuem alguma deficiência física nos membros inferiores ou superiores que impedem a pessoa de dirigir, pode-se fazer um requerimento também.

Deve-se realizar este requerimento por meio de um laudo médico, somente assim será garantida a isenção do imposto sobre produtos industrializados para compra de carros.

 

Orientações gerais dos direitos de pacientes com câncer

Informar os direitos legais do paciente com câncer é uma função essencial das equipes médicas. Veja a importância deste assunto e como tratá-lo!

Nem todo câncer dá direitos especiais para as pessoas, somente aqueles caracterizados como neoplasias malignas. Portanto, o paciente antes de querer reivindicar os seus direitos, deve se atentar ao diagnóstico do seu tipo de câncer.

Somente por meio do laudo médico é que se pode saber essa informação. Em alguns casos, a perícia médica é feita para que as solicitações sejam aprovadas.

Para ter acesso aos dados médicos do paciente, somente a família e o indivíduo possuirão toda a documentação sobre a doença. Para que se possa dar entrada nos pedidos, se fará necessário apresentar:

  • Laudos;
  • Prontuários;
  • Resultados de exame;
  • Relatórios médicos.

 O paciente deve ter em mãos todos os documentos referentes ao processo de diagnóstico e tratamento do câncer. Assim, quando necessário, ele deverá apresentá-los.

Esses documentos precisam ficar mantidos com a pessoa por pelo menos 5 anos. Cada benefício deverá ter uma solicitação em instituições diferentes.

Portanto, caberá ao médico ou à equipe informar onde o paciente poderá recorrer sobre ele. Em caso de a pessoa não conseguir comparecer, deve-se autorizar um representante por escrito a fazer essa representação pelo paciente.

Essa autorização deve ter reconhecimento em cartório, a chamada procuração. Outro ponto necessário da equipe informar ao paciente é procurar sempre uma segunda opinião.

Ela se faz necessária para sanar dúvidas e ter uma outra visão sobre o caso em que o paciente se encontra.

 

Conclusão

Por fim, vimos então alguns dos direitos do paciente com câncer que ele pode utilizar após o conhecimento de seu diagnóstico. É muito importante passar esse direito para o paciente para que ele tenha noção daquilo que pode acabar sendo oferecido a ele.

Muitas vezes, a equipe médica deixa esse tipo de informação passar, sendo que ela é tão importante quanto descobrir o tratamento ideal daquela pessoa. 

Às vezes, os pacientes não possuem recursos o suficientes e dependem de outras pessoas para poderem se manter durante esse período. Nos conte aqui o que você achou deste conteúdo e compartilhe-o com mais profissionais.