Dra. Carolina Kawamura, oncologista clínica da ISMA – de São Paulo, palestra sobre o Câncer de Pulmão paciente EGFR mutado. A aula é parte do projeto Living Lung, da farmacêutica AstraZeneca. O evento aconteceu de forma híbrida e contou com a participação do staff da Oncológica do Brasil de forma virtual e presencial, onde todos os protocolos da OMS foram respeitados.
De acordo com a especialista, os biomarcadores podem ser classificados como prognósticos, ou seja, aqueles que identificam os pacientes com diferentes riscos a um determinado desfecho, ou preditivos, aqueles que classificam os pacientes com potencial de responder ou não a determinada intervenção terapêutica.
A oncologista comentou também sobre estudos na área, alterações genômicas em jovens com câncer de pulmão (as mais comuns são ALK, EGFR e ROS1), imunoterapia para pacientes portadores de genes mutados, biopsia líquida, entre outros temas relacionados.
A doutora destacou o estudo AURA 3, que é um estudo de fase III que incluiu pacientes com CPNPC avançado T790M positivos portadores de mutação ativadora do EGFR pós-progressão a inibidor de tirosina cinase. Os pacientes foram randomizados entre quimioterapia a base de platina e osimertinibe 80 mg diariamente. Osimertinibe apresentou sobrevida livre de progressão no sistema nervoso central mais prolongada (11,7 meses versus 5,6 meses) e maior taxa de controle de doença do que no braço quimioterapia (93% versus 63%). Probabilidade de progressão no sistema nervoso central foi menor com osimertinibe, que também apresentou atividade contra acometimento leptomeníngeo. O grupo de pacientes com metástase no sistema nervoso central ao diagnóstico que receberam osimertinibe possuem resultados semelhantes ao grupo sem metástase no sistema nervoso central que também receberam o medicamento. Sugere-se, assim, que este potente inibidor irreversível do EGFR de terceira geração conseguiria anular o efeito prognóstico deletério da metástase no sistema nervoso central.