Existem disparidades substanciais na mortalidade por câncer de esôfago em diferentes grupos sociais, incluindo sexo, raça / etnia, localização geográfica e status socioeconômico.
Métodos:Trata-se de um estudo ecológico com dados secundários de 2016 a 2018 que avaliou os efeitos da desigualdade de renda e do número de médicos por habitante na mortalidade por câncer de esôfago no Brasil e suas unidades da federação. A quantidade de óbitos e o número total de médicos foram obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A mortalidade foi estimada por 100.000 indivíduos e padronizada por idade pela população da Organização Mundial da Saúde, enquanto a taxa de médicos por habitante foi calculada por 1.000 habitantes. A desigualdade de renda foi medida pelo índice de Gini, obtido do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. A regressão linear foi realizada pelo método stepwise backward.
Resultados:Sexo, valores do índice de Gini e cirurgiões oncológicos foram todos relacionados a taxas de mortalidade mais baixas (p <0,05), enquanto oncologistas clínicos e cirurgiões gerais foram ambos associados a mortalidade mais elevada (p <0,05).
Conclusões: As taxas de mortalidade por câncer de esôfago foram influenciadas tanto pelo tipo quanto pela quantidade de médicos por habitante de uma determinada região administrativa do Brasil, porém não foi encontrada associação com relação à desigualdade de renda.