O câncer de próstata é uma das principais preocupações em saúde masculina, sendo a primeira neoplasia mais prevalente nos homens, atrás somente do câncer de pele não melanoma, independente de sexo e idade. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, a estimativa para novos casos de câncer de próstata para o biênio 2023 - 2025 é de aproximadamente mais de 70 mil casos anuais, tornando-se uma condição de relevância na saúde pública, responsável por mais de 15 mil mortes anuais.
Apesar da sua prevalência, o preconceito em torno do exame de toque, uma das formas mais eficazes de diagnóstico precoce, persiste como uma barreira significativa. O exame de toque retal é uma das ferramentas fundamentais para a detecção precoce do câncer de próstata. No entanto, o preconceito cultural e o desconforto em torno desse procedimento muitas vezes levam os homens a evitar a realização do exame.
É essencial compreender que o exame de toque é uma prática rápida, segura e indolor, realizada por profissionais de saúde treinados. Sua realização é importante para identificar possíveis alterações na próstata, permitindo um diagnóstico precoce e aumentando significativamente as chances de tratamento bem-sucedido. Estima-se que 2 a cada 10 pacientes com câncer de próstata, sejam diagnosticados já através do toque retal.
O preconceito em relação ao exame de toque muitas vezes está enraizado em tabus culturais, que associam a masculinidade à resistência a cuidados médicos preventivos. Essa resistência pode resultar em diagnósticos tardios, limitando as opções de tratamento e comprometendo a eficácia das intervenções médicas. O câncer de próstata, se diagnosticado nas fases iniciais, apresenta chances de cura que beiram 95%. Desmistificar a relação entre masculinidade e cuidados com a saúde é crucial para reverter esse cenário.
Evitar o exame de toque pode ter sérias consequências para a saúde dos homens. O câncer de próstata, quando diagnosticado tardiamente, pode se espalhar para outros órgãos, tornando o tratamento mais complexo e diminuindo as chances de cura. Além disso, a resistência ao exame de toque perpetua o estigma e contribui para a manutenção de uma cultura prejudicial à saúde masculina.
Para superar o preconceito em torno do exame de toque, é crucial investir em campanhas de conscientização, sensibilização e educação. Essas iniciativas devem abordar não apenas a importância do exame na prevenção do câncer de próstata, mas também desafiar os estereótipos que associam a masculinidade à evitação de cuidados médicos.
Promover o diálogo aberto sobre a importância da prevenção do câncer de próstata e do exame de toque é fundamental. Isso envolve não apenas esclarecer os benefícios do exame, mas também criar espaços seguros onde os homens possam discutir suas preocupações e receber informações confiáveis. A quebra de estigmas começa com o entendimento de que a saúde é uma prioridade, independentemente de concepções culturais ultrapassadas.
Ao superar o preconceito em torno do exame de toque, estamos não apenas investindo na prevenção do câncer de próstata, mas também desafiando noções ultrapassadas de masculinidade que prejudicam a saúde e o bem-estar dos homens.