Há algumas semanas, o mundo ficou chocado com a notícia da morte do ator Chadwick Boseman, 43 anos, que deu vida ao personagem Pantera Negra nos cinemas. Boseman foi diagnosticado com câncer de cólon em 2016. Desde então, vinha fazendo o tratamento para conter a doença.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apontam que a estimativa para a cada ano triênio de 2020 – 2022, no Brasil, é que o surgimento de câncer de cólon e reto em homens seja de 20.520 casos, e de 20.470 em mulheres. Os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia, são os cinco primeiros estados que possuem a maior estimativa para o surgimento de novos casos da doença em 2020. Entre as capitais, Belém é quarta no ranking, podendo chegar a 130 novos casos este ano.
Segundo o médico oncologista e pesquisador Luis Eduardo Werneck, em todo o mundo, o câncer de cólon é o terceiro tipo mais comum nos homens. A doença representa cerca de 8 a 10% dos novos casos da doença, tendo a maior faixa de incidência em pacientes acima de 55 anos. “O cólon é como determinamos o nosso intestino grosso. Ele se divide basicamente em quatro porções anatômicas: Cólon ascendente, transverso, descendente e a porção que se chama retossigmoide”, explica o médico.
O pesquisador ressaltar que outras doenças benignas podem ainda acometer o cólon. Entre elas estão a polipose adenomatosa familiar, que é uma síndrome hereditária, a doença de diverticular do cólon, colites, retocolites ulcerativa e a doença de crohn. “Porém, quando eu falo em tumor maligno (câncer de cólon), ou como chamamos de cólon retal, a grande maioria desses tumores malignos são identificados no ângulo hepático, correspondente a porção que fica entre o cólon direito e o transverso”, detalha Wenerck.
No caso do ator que desenvolveu a doença em uma faixa etária bem abaixo da incidência de casos, Luis Eduardo conta que outros fatores podem ter contribuído. “Além da síndrome hereditária, outras condições são os defeitos nos genes de reparo do DNA, especialmente o P53, e a instabilidade de microssatélites, uma falha no DNA que impossibilita o organismo de levar as células defeituosas a morte”, disse. Além dessas, outras condições genômicas humana também podem estar ligadas ao desenvolvimento.
Outras condições favoráveis para o surgimento do câncer de intestino estão associadas ao fumo e o consumo de bebidas alcoólicas, alerta o médico. “Fumar aumenta os riscos de todos os tipos de câncer, inclusive o de intestino. O fumo induz defeitos no DNA que, às vezes, o corpo não poderá consertar. A ingestão de bebida alcoólica também é muito nociva para o intestino, já que os derivativos do álcool que não são processados no fígado e rins acabam tendo que ser eliminados pelo intestino, causando os danos”, afirma.
Fonte: Diário Online
Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará